Robert D. Jones. Meu cônjuge foi infiel

A infidelidade sempre deixará suas marcas. Ela trará consigo desconfiança, insegurança, tristeza profunda e uma dor intensa que parece que jamais passará. A deslealdade em qualquer relacionamento é dolorosa.

O rei Davi experimentou a deslealdade de um de seus conselheiros, alguém muito próximo, a quem o rei qualificou como sendo ” … homem meu igual, meu companheiro e meu íntimo amigo” (SI 55.13)1. O rei compartilhava sua caminhada de adoração a Deus com esse íntimo amigo (SI 55.14). Ele escreveu o que esse íntimo amigo fez: “Tal homem estendeu a mão contra os que tinham paz com ele; violou a aliança” (SI 55.20). Davi expressou no Salmo como esse amigo se conduzia e falava durante o tempo que estiveram juntos. Tempos depois, ele registrou, por causa da deslealdade evidenciada, o que havia de fato no coração desse íntimo amigo: “A sua fala era mais macia que a manteiga, porém no coração havia guerra; as suas palavras eram mais suaves que o azeite, mas eram, de fato, espadas afiadas” (SI 55.21). Havia um falar agradável e suave, mas insincero, dissimulado, que ocultava um coração cheio de guerra. O salmista estava expressando sua tristeza profunda e sua dor intensa.

Quando um cônjuge se depara com a infidelidade de seu marido ou esposa, os pensamentos e os sentimentos tendem a ficar confusos, perturbados, seguidos de um lamento e de lágrimas que revelam a dor do coração. Que bom que essa realidade não é o fim. Porque temos um Deus soberano que a tudo controla, podemos ter esperança. Ele sempre cumprirá Seus propósitos soberanos em nós a despeito de Suas permissões em nossa vida.

É disso que este livro trata. O autor nos enche de esperança ao enfatizar que, embora a dor da infidelidade seja inevitável, a presença do Senhor é irrevogável. O Senhor estará sempre presente para consolar e confortar os Seus amados. O Seu Espírito não desamparará ao cônjuge traído. Sua boa mão sustentará ao que sofre a dor da deslealdade.

Dr. Robert D. Jones menciona as mais duras situações na vida de Cristo Jesus, nas quais Ele foi tratado deslealmente, foi traído por um dos que andava com Ele e foi deixado sozinho para sofrer sua dor. Em sua caminhada rumo a cruz, porém, Ele fez uma declaração que nos enche de esperança: “E aquele que me enviou está comigo, não me deixou só, porque eu faço sempre o que lhe agrada” (Jo 8.29).

O Senhor jamais abandonará aos que, a despeito da dor que experimentam, escolhem manter uma vida piedosa, de obediência à Sua Palavra. A infidelidade de um cônjuge, nesse sentido, poderá instilar no outro cônjuge um anseio pela presença dAquele que é fiel e que nunca negará a Sua fidelidade aos Seus filhos: “… ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar a si mesmo” (2Tm 2.13). A experiência da infidelidade nos faz lembrar de uma verdade que corrige nossas perspectivas e nos coloca no rumo de uma vida piedosa e dependente de Deus: Nunca coloque a sua confiança, alegria e realização naquilo que você pode perder. O Salmista, ao tratar da injustiça dos ímpios em contraste com a retidão dos justos, aponta para onde nossos olhos devem olhar e em Quem nosso coração deve confiar e descansar: “Confie no Senhor” (SI 37.3a), “Agrade-se do Senhor” (Sl 37.4a) e “Descanse no Senhor e espere nele” (Sl 37.7a). O coração daquele que sofre a dolorosa experiência da infidelidade, mas deseja viver para a glória de Deus buscando ser cada dia mais semelhante a Cristo, manterá seus olhos focados em Cristo Jesus, que mesmo tendo sido traído, por causa de Seu amor e fidelidade irrevogáveis, suportou a cruz por nos amar, e sofreu a nossa dor, para que a sua confiança, segurança e contentamento estejam nEle e somente nEle.