Dinâmica do coração

Antes de compartilhar ou aplicar os textos bíblicos: para que você possa compreender corretamente o significado do texto bíblico e saber aplicar devidamente à vida atual, estude cada texto em seu contexto bíblico — o livro da Bíblia em que se encontra e a quem foi dirigido originalmente. Para aprender mais sobre como usar a Bíblia, consulte O uso da Bíblia no aconselhamento bíblico.

O termo hebraico usado para falar do coração no livro de Provérbios é primeiramente lēb. No Antigo Testamento, “os usos concretos de lēb referem-se ao órgão interno e à correspondente e região do corpo. No entanto, em seus sentidos abstratos, ‘coração’ tornou-se o mais significativo termo bíblico para designar a totalidade da natureza interior ou imaterial do homem.

Na literatura bíblica é o vocábulo usado com maior frequência para indicar as funções imateriais da personalidade humana e também o mais abrangente para designá-las, visto que na Bíblia praticamente toda função imaterial do homem é atribuída ao ‘coração’ […] De longe, a grande maioria do usos de lēb refere-se ou à natureza interior ou imaterial em geral ou a uma das três funções tradicionais da personalidade: emoções, pensamento e vontade”.1

A ESSÊNCIA DO CORAÇÃO

●  Fonte de vida
Pv 4.23 − Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.

●  Centro de pensamentos
Pv 15.28 − O coração do justo medita o que há de responder, mas a boca dos perversos transborda maldades.

●  Centro de emoções
Pv 12.25 − A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra.
Pv 15.13 − O coração alegre aformoseia o rosto, mas com a tristeza do coração o espírito se abate.
Pv 17.22 − O coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos.
Pv 19.3 − A estultícia do homem perverte o seu caminho, mas é contra o SENHOR que o seu coração se ira.

●  Centro de vontade, desejos, ação
Pv 16.1 − O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR.
Pv 16.23 − O coração do sábio é mestre de sua boca e aumenta a persuasão nos seus lábios.
Pv 19.21 − Muitos propósitos há no coração do homem, mas o desígnio do SENHOR permanecerá.

O CORAÇÃO SÁBIO

●  Busca o conhecimento
Pv 15.14 − O coração sábio procura o conhecimento, mas a boca dos insensatos se apascenta de estultícia.
Pv 18.15− O coração do sábio adquire o conhecimento, e o ouvido dos sábios procura o saber.

●   Guarda a Palavra de Deus, os mandamento e os conselhos de sabedoria
Pv 4. 4, 21 − Retenha o teu coração as minhas palavras; guarda os meus mandamentos e vive. Não os deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-os no mais íntimo do teu coração.
Pv 14.33 − No coração do prudente, repousa a sabedoria, mas o que há no interior dos insensatos vem a lume.

DEUS E MEU CORAÇÃO

●   Deus sonda e conhece meu coração
Pv 15.11 − O além e o abismo estão descobertos perante o SENHOR; quanto mais o coração dos filhos dos homens!
Pv 17.3 − O crisol prova a prata, e o forno, o ouro; mas aos corações prova o SENHOR.
Pv 21.2 − Todo caminho do homem é reto aos seus próprios olhos, mas o SENHOR sonda os corações.

●   Deus é soberano sobre meu coração
Pv 16.1 − O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR.
Pv 16.9 − O coração do homem traça o seu caminho, mas o SENHOR lhe dirige os passos.
Pv 21. 1 − Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina.

EU E MEU CORAÇÃO

●   Não devo confiar em suas inclinações naturais
Pv 28.26 − O que confia no seu próprio coração é insensato, mas o que anda em sabedoria será salvo.

●   Devo guiá-lo na retidão
Pv 23.19 − Ouve, filho meu, e sê sábio; guia retamente no caminho o teu coração.

●   Devo entregá-lo a Deus
Pv 23.26 − Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos.

●   Devo guardá-lo
Pv 4.23 − Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.

MEU CORAÇÃO NO TEMOR DO SENHOR O QUE O LIVRO DE PROVÉRBIOS DIZ

Yir’â é o vocábulo hebraico mais comum no livro de Provérbios para “temor”. Seu uso pode ser divido em cinco categorias gerais: a) a emoção do medo; b) a previsão intelectual do mal, sem que haja ênfase na reação emocional; c) reverência ou respeito; d) comportamento íntegro ou piedade; e) adoração religiosa formal.2 O temor do Senhor é o respeito reverente, e está intimamente ligado a uma vida correta ou piedosa.  Pāhad é o sinônimo que ocorre em Provérbios 28.14 com o significado de “venerar”, “reverenciar”.3  O temor do Senhor é apresentado em Provérbios como benéfico e imprescindível para coração do homem.

Pv 2.5 − Se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares,então, entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus.
Pv 8.13 − O temor do SENHOR consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu os aborreço.
Pv 9.10 − O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência.
Pv 10.27 − O temor do SENHOR prolonga os dias da vida, mas os anos dos perversos serão abreviados.
Pv 14.26 − No temor do SENHOR, tem o homem forte amparo, e isso é refúgio para os seus filhos.
Pv 14.27 − O temor do SENHOR é fonte de vida para evitar os laços da morte.
Pv 15.16 − Melhor é o pouco, havendo o temor do SENHOR, do que grande tesouro onde há inquietação.
Pv 15.33 − O temor do SENHOR é a instrução da sabedoria, e a humildade precede a honra.
Pv 16.6 − Pela misericórdia e pela verdade, se expia a culpa; e pelo temor do SENHOR os homens evitam o mal.
Pv 19.23 − O temor do SENHOR conduz à vida; aquele que o tem ficará satisfeito, e mal nenhum o visitará.
Pv 22.4 − O galardão da humildade e o temor do SENHOR são riquezas, e honra, e vida.
Pv 23.17 − Não tenha o teu coração inveja dos pecadores; antes, no temor do SENHOR perseverarás todo dia.
Pv 28.14 − Feliz o homem constante no temor de Deus; mas o que endurece o coração cairá no mal.

1 HARRIS, R. Laird, ARCHER, Gleason L. Jr., WALTKE, E Bruce K. Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1998. p. 765
2 Ibid.  p. 655
3 Ibid.  p. 120