Robert Kellemen e Jeff Forley (edits). As Escrituras e o aconselhamento

A Palavra de Deus para a vida em um mundo devastado

---

Costumamos dizer que as Escrituras devem guiar nosso aconselhamento, mas como isso acontece? A Biblical Counseling Coalition reuniu um grupo de conselheiros para escrever As Escrituras e o Aconselhamento. O livro, editado por Bob Kellemen e Jeff Forrey, traz uma teologia bíblica e sistemática do papel das Escrituras no aconselhamento, ao lado de um guia prático para a aplicação das Escrituras no ministério.

No Prólogo, Dr Albert Mohler Jr escreve:

Um dos aspectos mais revolucionários do evangelho de Jesus Cristo é a pressuposição de que o problema principal está dentro de nós e que a nossa única esperança de resgate vem de fora. Em termos de aconselhamento, uma cosmovisão secular orientada pelo mecanismo da terapia afirma precisamente o oposto — que o nosso problema é uma questão externa a nós e o resgate de que necessitamos está em nosso interior. Essa é a própria antítese da proclamação do evangelho. E impossível conciliar a doutrina da depravação humana com a ética da autoestima. E impossível combinar a teologia ortodoxa com o aconselhamento terapêutico secular. Qualquer tentativa de conciliar essas cosmovisões com o evangelho, intencionalmente ou não, subverte o evangelho. Misturar psicologia secular com teologia eclesiástica transforma o evangelho em algo que ele não é. (p. 12, 13)

Mais adiante, chamando a Igreja a encarar a tarefa do aconselhamento bíblico com um senso de urgência, ele acrescenta:

No aconselhamento, como em todas as áreas da vida, o povo de Deus precisa receber os mandamentos da Palavra de Deus, comprometendo-se com sua autoridade e suficiência. Os crentes são chamados a se aconselharem mutuamente com a rica verdade da Palavra de Deus de um modo consistente com o evangelho de Jesus Cristo. Conforme as igrejas terceirizam as necessidades de aconselhamento ao mundo secular ou adotam a cosmovisão da psicologia terapêutica em seus ministérios, elas danificam as convicções da igreja acerca da autoridade e suficiência da Palavra de Deus e minimizam o poder redentor do evangelho. (p. 13, 14)

DIVISÃO EM PARTES E CAPÍTULOS
Embora os capítulos deste livro tenham sido escritos por uma variedade de autores, eles formam um todo que trata em diferentes aspectos o papel da Bíblia para o ministério do aconselhamento.

PARTE 1
Os primeiros capítulos do livro têm o propósito de ajudar os leitores a desenvolverem uma crescente confiança na Palavra de Deus. Para tanto, os autores oferecem uma perspectiva bíblica sólida das Escrituras para a vida e a piedade – ou seja, uma teologia biblicamente centrada para o aconselhamento – e conduzem na compreensão da razão por que usar as Escrituras para o aconselhamento

Introdução — “O pregador, o conselheiro e a congregação”, Kevin DeYoung e Pat Quinn desenvolvem o relacionamento entre o ministério da Palavra no púlpito e o ministério pessoal.

Capítulo 1: “A riqueza e relevância da Palavra de Deus”. Kevin Carson desenvolve uma teologia bíblica fundamentada na Palavra de Deus para a nossa vida e nos auxilia a aumentar a nossa confiança na relevância abrangente da Bíblia para se viver cm um mundo caído.

Capítulo 2: “’A Palavra de Deus: Suficiente para a vida e a santidade”. Paul Tautges e Steve Viars nos ajudam a entender com mais clareza como a Palavra de Deus nos equipa completamente para a vida e o ministério.

Capítulos 3 e 4: “Onde encontramos a verdade?” e “O que é Psicologia?”. Jeffery Forrey nos leva a considerar as questões envolvidas no relacionamento entre aconselhamento bíblico e psicologia, e a enxergar a importância de compreendermos a criatura à luz do Criador.

Capítulo 5: “Até que ponto as Escrituras são suficientes?”. Jeremy Pierre aborda a natureza e o propósito das Escrituras, ajudando-nos a aumentar nossa confiança na relevância e necessidade abrangentes das Escrituras na construção de um modelo do homem, seus problemas e como acontece uma mudança.

Capítulo 6: “A centralidade de Cristo no Aconselhamento Bíblico”. Robert Jones demonstra como o aconselhamento que flui das Escrituras concentra-se em Cristo e nos lembra que o propósito do aconselhamento baseado nas Escrituras é levar as pessoas à adoração, comunhão, semelhança, dependência e imitação de Jesus Cristo.

Capítulo 7: “Uma matriz de aconselhamento a partir da grande nuvem de testemunhas”. Robert Kellemen traça a história do relacionamento entre a Bíblia e o aconselhamento ao longo da história da igreja, ajuda-nos a apreciar o legado histórico da confiança na Palavra de Deus para a transformação de vidas.

Capítulo 8: “E o que dizer do corpo?. Sam Williams explora as implicações da suficiência da Palavra de Deus diante da complexidade da relação entre corpo e alma e, a partir de uma teologia bíblica do corpo, leva-nos a pensar sobre a medicação e as doenças mentais.

No Capítulo 9, “Atenção: Sistemas de aconselhamento são sistemas de crenças”, Ernie Baker e Howard Eyrich nos ajudam a desenvolver o discernimento a respeito dos fundamentos sobre os quais os sistemas de aconselhamento se erguem.

Capítulo 10: “Até que ponto a Bíblia é relevante?”. Robert Kellemen trata de como compreender a Bíblia para desenvolvermos abordagens bíblicas para as questões da vida.

PARTE 2
A segunda parte do livro tem o propósito de ajudar os leitores a fazerem um uso proveitoso das Escrituras no ministério de uns aos outros. Para tanto, os autores demonstram como a suficiência das Escrituras conduz a uma crescente competência no ministério pessoal da Palavra em diferentes contextos. Os autores conduzem o leitor através dos vários gêneros das Escrituras para mostrar como podem ser usados na prática do aconselhamento.

Capítulo 11: “A ampla relevância da Palavra de Deus”. Robert Kellemen demonstra como usar a Bíblia para lidar com as questões da vida, incluindo os casos mais difíceis.

Capítulos 12 e 13: “A praticidade da Bíblia para o aconselhamento bíblico na igreja local” e “Uma comunidade singular: o aconselhamento bíblico em pequenos grupos”. Garrett Higbee nos oferece passos práticos para o ministério de aconselhamento na igreja local. Em seguida, ele nos ajuda a enxergar como a suficiência e a relevância das Escrituras podem e devem permear cada aspecto da vida da igreja de modo que esta seja um lugar de aconselhamento bíblico de pequenos grupos.

Capítulo 14: “Falando a verdade em amor”. Jonathan Holmes e Lilly Park mostram que a Bíblia não somente possui uma teologia do homem, seus problemas e as soluções, mas também nos oferece uma teologia do ministério de uns aos outros.

Capítulo 15: “A competência do conselheiro bíblico”. Brad Hambrick explora a relação entre a suficiência das Escrituras e a competência do conselheiro

Capítulo 16: “Aplicando a verdade à vida: O aconselhamento cristocêntrico para a depressão”. Jeremy Lelek considera a depressão para mostrar numerosas maneiras de usar as Escrituras no aconselhamento.

Capítulo 17: “Como usar a narrativa bíblica no ministério pessoal da Palavra”. John Henderson considera a ansiedade para mostrar os vários usos do gênero da narrativa bíblica no processo de aconselhamento.

Capítulo 18: “Como usar a Literatura Sapiencial no ministério pessoal da Palavra”. Deepak Reju considera o aconselhamento de casais para mostrar como o gênero bíblico de sabedoria pode ser usado no ministério de uns aos outros.

Capítulo 19: “Como usar os Evangelhos no ministério pessoal da Palavra”. Rob Green considera o conflito entre pais e filhos para mostrar o uso dos evangelhos no aconselhamento.

Capítulo 20: “Como usar as Epístolas no ministério pessoal da palavra”. Heath Lambert considera o TOC para mostrar numerosas maneiras de usar o gênero bíblico das epístolas no processo de aconselhamento e no ministério de uns aos outros.

Conclusão: “Lições aprendidas da experiência como conselheiro”. Randy Patten mostra o valor das Escrituras para determinar a natureza do aconselhamento bíblico e sua metodologia, o desenvolvimento de habilidades como conselheiro bíblico e o treinamento e supervisão de conselheiros.

As Escrituras e Aconselhamento é uma leitura útil para todos os cristãos envolvidos no ministério de uns aos outros, seja o aconselhamento bíblico propriamente dito, seja nas conversas informais.ncípio útil para ensinar a um aconselhado que está lutando com relacionamentos em diferentes áreas de sua vida.

---