Edite o seu aconselhamento

Edward Welch

Enviei ao editor um capítulo de um livro. Ele sugeriu que eu deveria me esforçar para ficar entre oito a dez mil palavras. Depois que enviei meu trabalho, a editora impôs sua autoridade e determinou que todos os capítulos deveriam ter cinco mil palavras ou menos.

Trabalhei para fazer os cortes, mas ainda estava acima da contagem de palavras. Eu disse ao editor que já estava no osso − não havia mais nada que eu pudesse cortar. Presumi (esperei?) que ele me dissesse algo como: “Oh, não se preocupe com essa contagem de palavras boba da editora. O capítulo é tão bom que eles farão uma exceção” − ou alguma coisa do gênero.

O que ele realmente me disse foi: “Não se preocupe, eu mesmo vou editá-lo para você em até cinco mil palavras”. Foi o que ele fez, e o capítulo ficou melhor do que antes. Como você pode imaginar, este açougueiro de palavra é um editor altamente qualificado. Uma maior habilidade na edição produziu um capítulo mais sucinto e claro.

No entanto, isso não é verdade apenas na redação. O mesmo princípio aplica-se à pregação e ao aconselhamento.

As pessoas ouvem menos do que você pensa
Quando você pede informações no trânsito, algo assim acontece.

“Siga em frente mais quinhentos metros e vire à direita no semáforo.”
“Sim.” Até aqui tudo bem.
“Em seguida, passado o viaduto, vire à direita e então imediatamente à esquerda. Volte a virar à esquerda no semáforo e depois siga as placas de sinalização.”
“Sim, obrigado”, você diz, mas você não se lembra de uma palavra sequer das instruções.

Os conselheiros também ouvem muitas vezes “Sim, obrigado”, mas a pessoa também não se lembra de nada.

Quanto mais palavras você disser, menos as pessoas entenderão − pelo menos esta é a regra geral. (Uma inferência: quanto mais palavras você disser, menos você entenderá.)

Os pregadores podem testemunhar que isso é verdade.

Edite o seu aconselhamento
É certo que no aconselhamento aconteça um vaivém verbal. É assim que deve ser. O aconselhado fala, o conselheiro responde, o aconselhado esclarece, o conselheiro muda de direção à luz do esclarecimento. O aconselhamento é um processo colaborativo, e a colaboração é altamente eficiente. O objetivo não é manter suas palavras dentro de um limite numérico. O objetivo é a clareza e a compreensão mútua, e o excesso de palavras de sua parte pode ser um obstáculo para isso.

Uma forma óbvia de editar o seu aconselhamento é, então, falar menos e ouvir mais. Mas aqui estão algumas outras sugestões para editar o seu aconselhamento e melhorar a compreensão.

1. No começo de uma nova conversa, pergunte: “Em que ponto você diria que estamos? O que tem sido importante para você nos nossos encontros?”.

2. Durante a conversa, pergunte: “Como estamos progredindo?  Estamos chegando àqueles pontos que são especialmente importantes? Estamos deixando para trás alguma coisa? Existe alguma coisa em particular que o Espírito Santo está apontando para você?”.

3. No final da conversa, pergunte: “O que você diria que foi mais importante na nossa conversa de hoje?”. Existem muitas possibilidades de variação para esta pergunta como, por exemplo: “À luz do que falamos, o que você diria que o Espírito Santo está fazendo em sua vida?”.

Quando penso naquelas vezes em que precisei me desculpar ou pedir perdão durante um aconselhamento, percebo que em 90% dos casos foi por falar demais. Essas perguntas podem ajudar a editar nossas divagações, elas podem nos forçar a ouvir e contribuir para a clareza na comunicação.

Original: Edit Your Counseling
Fonte: CCEF

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