A mutualidade cristã, conforme descrita no Novo Testamento, inclui encorajamento e ajuda rumo ao crescimento cristão e à mudança de hábitos. Ela traz benefícios a todos nós. No entanto, ela é crucial – uma questão de vida ou morte – para aqueles que estão lutando com pecados de natureza sexual. É a esse respeito que Alan Medinger escreve no artigo Como os relacionamentos de prestação de contas podem ser úteis para encorajar mudança bíblica?
O que você lerá a seguir são definições e apenas algumas das sugestões contidas no artigo. Recomendamos que você leia o artigo na íntegra.[1]
O que é um relacionamento de prestação de contas?
Um relacionamento de prestação de contas ocorre quando um cristão dá permissão a outro para entrar em sua vida a fim de questioná-lo, desafiá-lo, confrontá-lo, admoestá-lo e ajudá-lo a viver de acordo com os princípios bíblicos defendidos por ambos. O relacionamento envolve confissão e oração. Pode ser um relacionamento de mão única – por exemplo, quando alguém presta contas para um líder da igreja – ou pode haver mutualidade, quando as partes prestam contas uma à outra. Algumas vezes, pode ocorrer dentro de um grupo pequeno.Qual é o propósito de um relacionamento de prestação de contas?
Em poucas palavras, ele nos ajuda a não fazer o que não devemos fazer e a fazer o que devemos fazer.
A estrutura
• Se possível, deve haver um encontro semanal – face a face. Se o objetivo é desenvolver um relacionamento de cuidado e apoio genuínos, os parceiros precisam investir tempo juntos.
• Deve haver um horário agendado de modo a não entrar em conflito com as prioridades da família e do trabalho. Para muitos que trabalham ou estudam, o café da manhã é um bom horário.
• A mutualidade é preferível ao relacionamento de mão única. A menos que ambas as partes estejam recebendo benefícios reais, é provável que o relacionamento não resista por muito tempo.
• Um grupo pequeno (de pessoas do mesmo sexo) pode funcionar, mas deve ser mantido pequeno – quatro integrantes no máximo – para que cada pessoa tenha tempo suficiente para compartilhar e possa desenvolver relacionamentos estreitos.
A escolha do parceiro
• Os parceiros devem ser do mesmo sexo.
• A parceria marido e esposa não é a mais indicada nesse caso.
• Os parceiros devem ser pessoas entre as quais existe admiração e respeito mútuos.
As regras básicas
Alan Medinger faz sugestões, dentre as quais destacamos algumas para dar uma ideia mais clara sobre o relacionamento de que se está falando.
• Combinar claramente quais são as áreas de suas vidas sobre as quais vocês prestarão contas um ao outro: responsabilidades profissionais e familiares, finanças, caminhada espiritual, pureza sexual, amizades, e outras mais. É muito importante que não deixem de fazer perguntas específicas sobre essas áreas.
• Compartilhar com franqueza sobre as várias áreas de fraqueza. “Você sabe, às vezes chego a questionar a existência de Deus.” “Eu tenho dificuldade de amar um dos meus filhos.” Isso encoraja a sinceridade mútua, cria uma atmosfera de verdadeira liberdade e estabelece um contexto em que um conselho apropriado pode ser oferecido.
• Concordar em fazer perguntas bem diretas um ao outro. No caso de se tratar de uma prestação de contas de mão única, a pessoa responsável por promover a prestação de contas deve estar ciente de que as perguntas diretas precisam ser feitas. Fazer perguntas superficiais — “Como você está se saindo nas lutas na área sexual?” — resulta, na maioria das vezes, em respostas superficiais como essa: “Ah, não muito mal”. A pergunta deve ser do tipo “Quantas vezes você se masturbou essa semana?” ou “Quando você acessou pela última vez um site com conteúdo pornográfico?”.
• Concordar com o quanto da conversa será compartilhado com o cônjuge caso sejam pessoas casadas. Medinger diz que ele não conta para a esposa aquilo que o seu parceiro de prestação de contas compartilha sobre a própria vida. No entanto, ele pode compartilhar os conselhos que ele recebe do parceiro e como o encontro com seu amigo o abençoou.
• Orar juntos regularmente e não permitir que a oração se torne mera formalidade. Se um dos parceiros confessar algum pecado, é recomendável para e orar antes de continuar. Ao término do encontro, é o momento de orar sobre os assuntos da conversa.
“Por isso, exortem-se e edifiquem-se uns aos outros, como de fato vocês estão fazendo.” (1Ts 5.11 NVI)
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[1] Você encontra na íntegra o artigo Como os relacionamentos de prestação de contas podem ser úteis para encorajar mudança bíblica?, por Alan Medinger, no volume 4 de Coletâneas de Aconselhamento Bíblico, que pode ser adquirido na Livraria OPV.
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