Rick Thomas
Paul Tripp nos ensinou a identificar duas esferas: a esfera da responsabilidade e a da preocupação. A esfera da responsabilidade é bem menor que a esfera da preocupação. Eu sou responsável por algumas poucas coisas enquanto posso estar preocupado com muitas outras.[1]
Quando procuro ajudar alguém, uma coisa é sentir-me responsável por mudanças na vida da pessoa e outra totalmente diferente é preocupar-me com ver as mudanças acontecerem de fato. Às vezes, preocupado, choro pelas pessoas que tenho o privilégio de servir. Com certeza, oro por elas e tanto quanto possível, desdobro-me para lhes falar a verdade em amor. O importante é ajudá-las a mudar. No entanto, devo sempre lembrar que não sou responsável pelas mudanças. Eu não posso fazer as pessoas mudarem. O arrependimento é um dom de Deus e eu nunca sei de que maneira Ele vai conduzir as pessoas a quem eu aconselho.
Como posso identificar se cruzei a linha entre estar preocupado com alguém a quem aconselho e sentir-me responsável por mudanças na vida dessa pessoa? Essa é uma boa pergunta, mas eu não posso responder em seu lugar. Embora eu certamente percebo quando cruzo a linha entre estar adequadamente preocupado e preocupar-me excessivamente e querer me resonsabilizar por mudanças na vida de um aconselhado, não posso responder por você. A seguir está uma pequena lista de atitudes e comportamentos que identifico quando cruzo a linha.
Percebo que
- sou tentado a ficar com raiva quando as pessoas não mudam,
- posso ser crítico quando penso a respeito delas,
- fofoco com minha esposa sobre essas pessoas,
- sou tentado a ser cínico e a perder a confiança em Deus para que uma mudança aconteça,
- fico impaciente quando converso com essas pessoas,
- transpareço mais tristeza do que alegria quando penso nelas.
Quando percebo essas tentações pecaminosas em meu coração, sei que a minha confiança está escorregando do Salvador para as minhas habilidades, planos e preferências com relação àquelas pessoas. Em resumo, eu quero ser uma espécie de salvador. Em momentos como esses, acredito que o processo de mudança repousa mais sobre minha pessoa e minha opinião a respeito de como as coisas deveriam ser do que sobre Deus e aquilo que Ele pensa e pode fazer em cada situação.
Quando me arrependo do meu orgulho e percebo que o meu objetivo principal é plantar a semente e regar enquanto confio em Deus para proporcionar o crescimento, então minha habilidade humana para ministrar às pessoas não se interpõe no que Deus quer ser e fazer naquelas vidas. No entanto, quando começo a me sentir mais responsável do que Deus quer que eu seja, eu normalmente peco, e isso se torna um tropeço no processo de ajuda. Minha fé com respeito à mudança e ao tempo certo para a mudança deve estar depositada inteiramente em Deus, especialmente quando eu estou ajudando alguém que parece não mudar.