Quando vemos um irmão que está preso na armadilha do pecado, o amor cristão compele-nos a não esperar que ele nos peça ajuda, mas a ir ao seu encontro. Quantas vezes você e eu já deixamos de ajudar um irmão a lidar com o pecado porque tememos a reação que ele e outros possam ter? Quantas vezes já achamos mais cômodo, confortável, encontrar desculpas e passar ao largo?
Amando os irmãos em suas lutas
Paul Tautges
Lembre-se de que nem todos os aconselhamentos estão relacionados especificamente à prática pessoal de um pecado, mas alguns certamente estão. Este post destaca o esforço, motivado pelo amor, de ajudar um irmão em Cristo a reconhecer e vencer um pecado.
Algumas das oportunidades de aconselhamento relacionadas a pecado aconteçam por iniciativa dos aconselhados quando estes reconhecem que não conseguem sair da armadilha do pecado sem receberem ajuda. Outras, no entanto, acontecem por iniciativa dos conselheiros em consequência da observação de escolhas insensatas ou padrões pecaminosos na vida de irmãos ou irmãs em Cristo.
A questão não é esperar que os irmãos enlaçados pelo pecado reconheçam sua situação. O amor inicia o processo de restauração para levá-los de volta à comunhão e bênção. William Goode, que foi durante muitos anos pastor da Faith Church em Lafayette, Indiana, e fundador do ministério de aconselhamento naquela igreja, escreveu de forma persuasiva que
considerar o aconselhamento um ministério opcional é negar o amor bíblico no momento em que ele é mais necessário na vida do crente – quando a pessoa está em apuros […] precisamos nos preocupar com a restauração em lugar de ignorar esses cristãos. […] Os crentes jamais ficarão mais parecidos com Cristo se não estiverem vencendo a batalha contra o pecado e investindo pessoalmente na vida dos outros. E não pode haver discipulado se não houver plano para ajudar o discípulo que se encontra em problemas. (Introdução ao Aconselhamento Bíblico p. 337)
Gálatas 6.1-5 oferece esse plano. Tire algum tempo para meditar nessa passagem das Escrituras e em suas implicações para o ministério motivado pelo amor de uns aos outros. Se você faz parte de um pequeno grupo, dediquem um de seus encontros para discutirem esses versículos e suas implicações para a comunidade cristã.
Quando confrontamos amorosamente nossos irmãos, tendo como alvo a restauração, devemos lembrar que “por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte” (Rm 8.2). Ao ministrar desta forma, “cumprimos a lei de Cristo” (Gl. 6.2), que veio não para ser servido, mas para servir (Mc 10.45). Jay Adams, pioneiro no movimento do aconselhamento bíblico, escreveu sobre a prioridade do amor em nossos relacionamentos com os irmãos em Cristo e discípulos.
O amor a Deus e ao próximo constitui a súmula das exigências divinas, impostas ao crente. O homem que ama não precisa ser aconselhado. O amor cimenta as relações entre Deus e o homem, e entre homem e homem. Se por um lado o amor atrai, por outro lado o temor repele. Enquanto o amor dá, a concupiscência se apossa. O que o amor edifica, o ódio destrói. Na atmosfera do amor floresce a comunicação, mas o ressentimento a faz murchar. O amor é a resposta final para todos os problemas da vida com os quais os conselheiros cristãos têm de tratar. O alvo, por conseguinte, é o amor. (O Manual do Conselheiro Cristão. p. 138)
Como discipuladores, precisamos reconhecer que não somos os únicos que travam diariamente uma batalha contra o pecado. Nossos irmãos e irmãs também lutam, embora alguns deles talvez estejam perdendo a guerra e precisem de ajuda extra para alcançar a vitória.
Se estamos treinando discípulos para que andem em amor, devemos ser exemplo desse amor durante todo o processo. Isto significa que devemos amar nossos irmãos e irmãs em Cristo o suficiente para confrontá-los com humildade quando estão presos na armadilha do pecado, e devemos gentilmente conduzi-los para os caminhos retos. Um ministério sem esse tipo de amor não tem proveito algum (1Co 13.1-3). O amor busca o bem em longo prazo e alcança o irmão pecador com um ministério caracterizado por compaixão, restauração e humildade, reconhecendo que, em um grau ou outro, somos todos “lutadores” e, portanto, devemos estar comprometidos com o ministério de restauração.
Fonte: Counseling One Another
Original:Loving Fellow Strugglers