Os conselheiros também precisam de esperança

Ken Long

A esperança é essencial no processo de aconselhamento. Em poucas palavras, o aconselhamento bíblico poderia ser apresentado como o processo de dar esperança e ajuda das Escrituras para influenciar uma mudança que glorifica a Deus.

Normalmente, pensamos no conselheiro que dá esperança ao aconselhado a partir das Escrituras. Mas o que dizer sobre o nível de esperança no próprio coração do conselheiro? É difícil dar esperança se você mesmo não a tem. O conselheiro, certamente, precisa ter esperança para poder ser usado como um instrumento para dar esperança.

Às vezes, a situação de aconselhamento está tão carregada de pecado que até mesmo a esperança do conselheiro enfraquece. Isso já aconteceu comigo. Se você já teve muitas oportunidades de aconselhar, é provável que esta tenha sido sua experiência uma vez ou outra também. Pouco tempo atrás, eu estava almoçando com um conselheiro veterano que respeito muito. Depois de descrever um casamento confuso, no qual há pecados graves cometidos por ambas as partes, ele resumiu seu pensamento dizendo: “Isso nunca vai funcionar!”.

Não nos iludamos. Os conselheiros necessitam de esperança também.

Os pecados que enredam os aconselhados e desencorajam os conselheiros
Uma passagem das Escrituras que o Espírito tem usado para me dar esperança ao começar um processo aconselhamento é 1 Coríntios 1.1-9. Estes versos tornam-se mais úteis quando consideramos o contexto da carta como um todo. Os pecados daquela igreja são alguns dos mesmos pecados que enredam os nossos aconselhados. Dentro da igreja de Corinto, havia pecados graves expostos:
(1) conflitos não resolvidos – 1.10, 11;
(2) arrogância orgulhosa – 4.18;
(3) perversão sexual, que incluía relações com parentes – 5.1;
(4) processo judicial de um membros da igreja contra outro: 6.6, 7;
(5) desordem e bebedice durante a refeição comunitária por ocasião da ceia do Senhor – 11.20, 21;
(6) falta de conhecimento de Deus, resultando em comportamento pecaminoso – 15.34.

Não são estes alguns dos mesmos pecados que fazem nosso quociente de esperança baixar tanto que ele pode ir a zero quando nos concentramos em vê-los em nossos aconselhados?

As bênçãos para nossos aconselhados crentes
Mas Deus… No início de sua primeira carta aos Coríntios, nos versos 1 a 9, Paulo lembrou o que Deus fez na vida de cada crente daquela igreja. Eles
(1) foram santificados e chamados para serem santos – 1.2;
(2) receberam a graça de Deus – 1.4;
(3) foram enriquecidos em Cristo em todos os aspectos – 1.5;
(4) foram chamados para um relacionamento de comunhão com Cristo – 1.9.

Estas verdades dizem respeito também a cada crente sentado à nossa frente, mesmo que os seus pecados graves, e o pecado de outros, estejam fazendo uma bagunça em vidas e no testemunho cristão.

Há esperança de Deus.

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Original: Counselors Need Hope Too em Biblical Counseling Coalition

Ken Longo pastoreia a Grace Fellowship Church, em Florence, Kentucky, e é um conselheiro certificado por NANC.