Conversa entre mães: a culpa e a cruz

Rebecca VanDoodewaard

Existe alguma mãe na redondeza que nunca tenha se sentido culpada pelo seu desempenho como mãe? Umas mais, outras menos – todas nós estamos fazendo ou deixando de fazer coisas que nos fazem sentir culpadas. Quando você está ciente de que uma pessoa dependente, a quem você ama, conta com você para praticamente tudo (de alimentos a cuidados médicos e férias memoráveis), isso gera uma carga significativa de responsabilidade e também peso por um desempenho imperfeito.

Não estou certa, porém, de que os pecados por comissão ou omissão sejam a causa principal da culpa que as mães sentem. Se formos honestas, o maior responsável é geralmente o orgulho e/ou o temor a homens. Queremos ser a melhor mãe da redondeza e/ou não queremos que as pessoas pensem que não estamos cuidando bem das necessidades dos nossos filhos. Queremos que os nossos filhos e as pessoas que nos rodeiam pensem que somos mães fabulosas, que atendem a todas as necessidades. Queremos ouvir que somos maravilhosas ou, pelo menos, que estamos sendo ótimas mães. Muitas vezes, sentimos mais culpa por achar que a quantidade de artesanato (ou de leitura, de esportes, de ________) que fazemos com os nossos filhos não é suficiente, do que por gritar com eles quando estamos atrasadas. Será que é porque deixar de fazer artesanato é um pecado? Não: felizmente, a Bíblia não diz nada sobre criatividade com palitos de picolé e cola. Sentimo-nos culpadas porque a outra mãe faz artesanato com seus filhos e nós pensamos que ficamos para trás. Gritar com os nossos filhos não é um grande problema porque as outras mães não nos veem gritar com eles – se elas nos vissem, nós não gritaríamos.

Isso é muito feio quando soletrado em preto e branco, não é? Já está me fazendo encolher toda, pois vejo esse retrato na minha própria vida. A culpa que muitas vezes carrego não é culpa por eu ser inconsistente na disciplina dos meus filhos, mas porque alguma outra mãe está fazendo _______ para seus filhos e eu não estou. Minha culpa não vem de uma consciência sensível para com Deus, mas de um coração que quer estar à frente das outras mães.

Com certeza também existe a culpa que vem de uma consciência sadia que está fazendo devidamente sua tarefa e indicando-nos onde temos falhado em cuidar dos filhos conforme Deus nos manda fazer. Sentimo-nos culpadas por esquecer de orar por nossos filhos, pela negligência no ensino, ou então pelo egoísmo presente nas nossas palavras e ações, e esta é uma culpa saudável, que deve nos levar ao arrependimento.

A cruz é a resposta para ambos os tipos de culpa de uma mãe – a culpa pelo orgulho/temor a homens e também a culpa por comissão/omissão. A cruz faz-nos olhar para o nosso Salvador, em lugar de olhar para os outros e, especialmente, em lugar de fixar os olhos em nós mesmas. Quando fixamos nossos olhos na cruz, tudo mais vai para o seu devido lugar. As opiniões das outras pessoas não dominam quando estamos conscientes de que vivemos perante a face de Deus.

E quando pecamos como mães por transgredir a Palavra de Deus ou por ignorá-la, nós podemos correr para a cruz e encontrar o perdão por meio da expiação substitutiva de Jesus. Ao confessar os nossos pecados, somos perdoadas, purificadas de toda injustiça (1João 1.9).

Deus pode nos perdoar não apenas por aqueles momentos de impaciência com nossos filhos, mas pelos momentos quando nos sentimos culpadas ao nos esforçamos por nós mesmas para parecermos melhores do que as outras mães. A culpa é uma dádiva de Deus que vem quando estamos fazendo algo que nós acreditamos ser errado. Se o nosso senso de fracasso na tarefa materna for ditado cada vez mais pelas Escrituras, em lugar de ser ditado pelo Pinterest ou pelo Facebook, poderemos usar a culpa para correr para a cruz e deixar esse fardo lá com o nosso Salvador, que morreu também por pecados como esses. Isso nos liberta tanto da escravidão das opiniões dos outros quanto da culpa merecida pelo nosso pecado. Isso também permite-nos cumprir a tarefa de mãe pela Sua força, pois sem ela falharemos continuamente com nossos filhos.

Original: Mommy Guilt and The Cross
The Christian Pundit

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