Susan Blake
Frequentemente, encontro aconselhadas que, depois de me contar sua história, resumem seus problemas dizendo: “Tenho dificuldade para me amar” ou “Sei que meu problema é baixa autoestima” ou “Simplesmente não me sinto bem comigo mesma” ou alguma variação dessas afirmações. Dito isso, elas me olham com expectativa, esperando que eu pegue a bola e corra adiante.
Como conselheiros bíblicos, entendemos que o movimento da autoestima tem muitas lacunas do ponto de vista bíblico. Este artigo não pretende fazer uma crítica a esse movimento; muitos outros antes de mim fizeram esse trabalho muito bem e eu me beneficiei com aquilo que escreveram. Em vez disso, quero descrever uma ilustração que uso com as aconselhadas para ajudá-las a ganhar uma visão bíblica de si mesmas.
Não uso essa ilustração até ter ouvido completamente sua história e construído envolvimento ao longo de vários encontros. No momento apropriado, pego uma moeda antiga, com o busto de George Washington de um lado e uma águia do outro. Seguro a moeda entre meu polegar e o indicador e mostro à minha aconselhada Washington, dizendo: “Este lado é ‘cara’. Ele representa uma atitude de ‘Eu sou legal. Sou boa nisso e naquilo’”.
Então eu viro para o outro lado da moeda e digo: “Este lado é ‘coroa’. Ele representa uma visão de si mesma do tipo ‘Ninguém me ama, eu sou um fracasso mesmo e não sou boa de verdade em nada’”.
Em seguida, faço a seguinte pergunta: “Como você acha que eu chamo essa moeda? Que nome poderíamos dar para ela?”. Depois de dar tempo para alguns palpites, conto que eu chamo essa moeda de “Tudo a meu respeito”. Passamos, então, a pensar em como os dois lados da moeda representam pessoas muito preocupadas com elas mesmas. Ambos os lados estão cheios do “eu”. Isso costuma ficar óbvio quando discutimos o lado da “cara” da moeda, mas não fica sempre tão evidente quando pensamos no lado da “coroa”. Em seguida, costumo explicar que uma pessoa que está sempre pensando em si mesma é bastante egoísta; isso é verdade não apenas para as pessoas que pensam muito bem de si mesmas, mas também para aquelas que pensam mal de si mesmas. Isso cria um excelente ponto de partida para uma discussão mais aprofundada sobre o que a Bíblia diz a respeito de como devemos nos ver.
Para ajudar a aconselhada a ganhar uma visão bíblica, leia com ela os versículos que nos dizem que somos feitos à imagem de Deus (Gn 1.27), que esta imagem foi desfigurada devido ao pecado (Rm 3.10-12), mas Cristo nos dá livremente Sua justiça (Fp 3.9). Consequentemente, eu não louvo a mim mesma (Pv 27.2), e posso me avaliar com moderação (Rm 12.3), descansando em Seu amor infalível.
Concluímos olhando para o maior mandamento, amar a Deus, e o segundo grande mandamento, amar aos outros (Mt 22.35-39). Se minha aconselhada colocar seu foco em amar a Deus e aos outros, a autoavaliação não será mais uma preocupação constante nem será uma preocupação escravizadora.
Original: Heads, Tails, and Self-Esteem
Publicado em Counseling with Confidence and Compassion
Susan Blake é conselheira bíblica certificada pela ACBC e ela atua em vários ministérios na Faith Church em Lafayette, Indiana.