Rob Green
Vamos encarar a realidade ao nosso redor. As pessoas que são mais atraentes parecem ter oportunidades muito melhores do que aquelas que não o são. Não temos que aprovar, não temos que incentivar isso, mas temos que aceitar. Considere as seguintes evidências:
- Ocasionalmente, os repórteres criam situações para testar a reação do público. Por exemplo, fazer um carro parecer quebrado à beira da estrada, colocar ao lado uma moça que não é fisicamente atraente e ver quanto tempo leva para ela conseguir ajuda. Em seguida, repetir o mesmo com uma moça atraente. Todos nós sabemos o resultado.
- Na divulgação de escolas, que rostos aparecem nas fotos? Eu sei bem disso. A única vez que apareci foi nas fotos obrigatórias do anuário e, às vezes, eu me pergunto quanto tempo levou para a equipe editorial decidir se colocaria minha foto ou não!
- Entre os jovens, até mesmo na igreja, a tendência é que os mais atraentes sejam mais populares.
Na verdade, com uma atitude um tanto cínica sobre essa questão, poderíamos argumentar que a única coisa que importa na vida é a aparência física. Isso seria um exagero, mas aqueles que se veem no lado dos “menos privilegiados” na escala da atratividade entendem exatamente do que estou falando. Diante disso, não deve nos surpreender que, para alguns, a medida da imagem corporal seja o elogio de outros. Ao contrário do artigo anterior, em que vimos como as pessoas pensam a respeito delas mesmas, este artigo é voltado para aqueles que lutam com a imagem corporal exatamente porque esperam que ela resulte em amizades, popularidade e sucesso, e os ajude a se sentir de bem com a vida.
O que você pode fazer? Como você pode ajudar?
1. Reconhecer quão profunda é essa luta para alguns.
Imagine que uma garotinha ouvisse de seus pais que ela é feia. Você pode imaginar a dor e o tormento que ela passaria? E se você disser ao seu filho que ele é gordo? Ele teria dificuldade para lidar com isso. Ele ama seus pais e quer ser aceito por seus eles. Metaforicamente falando, com suas palavras, os pais podem “cortar o coração” de seus filhos. À medida que esses meninos e meninas crescem, eles associam o amor da mãe e do pai ao tamanho das roupas que vestem. Que triste. Que fardo isso deve ser. Já é difícil ouvir esse tipo de palavras de colegas de classe, mas ouvi-las em casa é devastador.
Mesmo para aqueles que recebem apoio em casa, há uma dor associada ao ser considerado o “patinho feio”. Às vezes, é doloroso ser deixado de lado pelos colegas, ficar sozinho enquanto os demais saem juntos.
A primeira coisa que você pode fazer, então, é identificar o grau dessa dor. Isso não é “algo pequeno”. Seu aconselhado pode ter experimentado um tsunami de críticas sobre sua aparência. Ele está fraco e precisa de ajuda (1Ts 5.14).
2. Ajudar a ver que, em Cristo, eles são amigos, filhos e herdeiros.
Dói muito ser sempre deixado de fora, especialmente quando há a suspeita de que o motivo seja a aparência. Jesus porém, viu além de como os outros nos veem. Ele nos viu como somos… pecadores que precisam de graça. Desde que Deus graciosamente abriu o coração e a mente do seu aconselhado para ver as coisas como Ele as vê, Ele diz que por meio de Cristo ele ocupa a posição de Seu amigo, filho e herdeiro, mesmo que seja rejeitado pelos outros. Veja, Deus em Cristo nos escolheu e Ele fez isso não porque éramos inteligentes ou atraentes (cf. 1Co 6.9-11), mas simplesmente porque Ele é gracioso. Verdadeiramente, Deus não tem favoritos com base na aparência.
O que esse conhecimento faz por alguém? Ele liberta! Não precisamos ser aceito por alguém em especial ou pelo grupo, não precisamos de popularidade, não precisamos ser o centro das atenções no grupo de jovens nem na sala de aula. Somos livres para servir a Cristo, que nos aceitou de bom grado e nos deu a vida eterna. Ele também nos dará todo quanto Ele tem preparado para nós… e podemos confiar que Ele tem o melhor.
3. Lembrar que o louvor de homens não é tão bom assim
Sei que esta é uma verdade difícil de acreditar. Eu sempre quis ser o melhor atleta da minha escola; para meu desgosto, eu nem mesmo era um atleta medíocre. Eu queria que as pessoas gostassem de mim e olhassem para mim; para meu desgosto, eu podia contar em uma mão o número total de pessoas que me convidavam para estar com elas. Então entendo que é fácil querer o elogio dos homens e há algo de satisfatório em tê-lo. Mas há algo muito melhor. Os fariseus também queriam o louvor de homens. Eles conseguiram isso… e apenas isso.
Amigos, o louvor de homens é agradável por um momento, mas nada como a alegria que provém do coração que busca ao Senhor.
Rob Green supervisiona os ministérios de aconselhamento bíblico na Faith Church, em Lafayette, IN. Ele também exerce um ministério de ensino em conferências de treinamento e no programa de mestrado MABC do Faith Bible Seminary.
Original: Body image: Finding Joy in the praise of others
Publicado em Counseling with Confidence and Compassion – Faith Biblical Counseling
Tradução: Carla Silva
Revisão e adaptação: Conexão Conselho Bíblico