Uma esposa virtuosa em formação

Jennifer Smidt

Muitas vezes acredito que meu marido não encontrou uma esposa virtuosa. Quando ele me diz que tenho sido desagradável para com ele ultimamente, usando de exagero e aspereza desnecessários, fico desanimada com minha falta de excelência. Minha impaciência e desrespeito foram motivo de embaraço para ele em várias ocasiões.

Meu coração orientado para as tarefas e o desempenho procura consertar a si mesmo fazendo uma lista: uma mulher virtuosa cozinha com alimentos orgânicos (e não Velveeta[1]), costura suas roupas (ou pelo menos passa a ferro as camisas de seu marido!), fala apenas palavras que transbordam de graça (e não sarcasmo) e lê a sua Bíblia durante horas a fio (está bem, minutos ?!).

A lista traz mais condenação e provas concretas de que eu não consigo, por conta própria, ser uma esposa virtuosa.

Embora todos esses itens possam ser sinais de excelência, eles certamente não são requisitos. Quando vou às Escrituras em busca de conforto e prova da minha culpabilidade, sou relembrada de que não se acha uma esposa virtuosa, mas ela está em formação. Nenhum homem sai por aí, encontra uma mulher que é a mais pura perfeição de esposa e se casa com ela. Na verdade, tanto ele como ela nem mesmo sabem ainda o que isso quer dizer!

Uma mulher temente a Deus torna-se uma esposa virtuosa à medida que ela entende que é criada à imagem de Deus, criada novamente em Cristo e moldada ao longo de uma vida de arrependimento e redenção. Não se mede a excelência por uma lista de deveres a cumprir. A excelência manifesta-se na vida de uma mulher que conhece Jesus intimamente.

Motivo de vergonha
A mulher virtuosa é a coroa do seu marido, mas a que procede vergonhosamente é como podridão nos seus ossos. Provérbios 12.4
Quando avalio com humildade e honestidade as ocasiões em que sou motivo de vergonha para meu marido, encaro com seriedade a destruição que isso implica. Se chego a provocar a podridão de seus ossos, isso significa que os meus já estão se desintegrando com incredulidade e amargura. Somos motivo de vergonha como esposas quando:

1. centramos a atenção no pecado de nossos maridos,
2. achamos que o nosso jeito de fazer as coisas é melhor e nos colocamos em primeiro lugar,
3. falamos com dureza ou pejorativamente sobre nossos maridos diante de outros,
4. retemos bênção, oração, sexo ou incentivo de qualquer tipo, em um esforço para punir, manipular ou “transmitir a mensagem”.

A mulher que traz vergonha ao marido é uma filha que não conhece realmente seu Pai celestial nem confia nEle. Se a identidade da esposa está centrada em torno de seu homem, ela certamente espalhará vergonha quando ele a decepcionar – o que fatalmente acontecerá. É no caráter de Deus, e não no caráter dos nossos maridos, que podemos confiar totalmente, sem vacilar. Nossa identidade básica deve estar ancorada em Cristo.

 Preciosa por Jesus
Jesus nos faz preciosas. Esta transformação do coração é a base para qualquer preciosidade que nossos maridos encontram em nós. Não é o que fazemos, mas aquilo que o nosso precioso Salvador fez por nós que nos dá graciosamente a capacidade de sermos esposas virtuosas. Não  somos capazes por nós mesmas.

A esposa temente a Deus entende que ela nada é a não ser pela graça salvadora de Jesus Cristo, e que ela não pode ter excelência nenhuma sem Ele. A graça e o amor de Cristo são preciosos para ela. Movida pelas riquezas que encontra em Cristo, ela se torna uma coroa de glória para o marido à medida que ela o ajuda, cuida dele e o ama fundamentada na justiça de Cristo que lhe é concedida.

É preciso uma cerimônia de pouco minutos para se tornar uma esposa. É preciso uma vida inteira para se tornar uma esposa virtuosa − uma esposa que cresce no entendimento de que o sangue de Cristo derramado na cruz é a base para oferecer excelência a seu marido.