Aprendendo com Rute (Parte 1)

Elisa Bentivegna da Silva

Apenas quatro capítulos, mas muito significativos, e também românticos. É assim o livro de Rute. Ela foi um exemplo de mulher, Boaz foi um exemplo de homem e eles, juntos, foram um exemplo de casal para nós. Quero compartilhar aqui o que tenho aprendido em cada capítulo desse romance. Espero que, como eu, você também seja desafiada a buscar transformação pela graça de Deus. Se você ainda não leu o livro de Rute, convido você a ler agora. Não é longo, e você pode acessá-lo aqui.

Agora que você já leu o relato bíblico, vamos olhar juntas para alguns detalhes e desafios para nós em cada capítulo. Primeiro as damas… começaremos por Rute!

Rute, capítulo 1
Quando seu marido morreu e sua sogra disse que iria voltar para Israel, Rute poderia ter pensado que seria mais seguro permanecer em Moabe, a  sua terra. Ela poderia voltar a viver na casa de seus pais e começar a procurar um novo marido. Nada disso, porém, passou por sua mente. Ela sequer hesitou. Não buscou o que lhe seria mais conveniente. Ela sabia que Noemi precisava de sua  ajuda e buscou o que seria melhor para a sua sogra.

Noemi hesitou. Ela não queria que Rute tomasse essa decisão. Rute, porém, jurou que a acompanharia onde quer que fosse. Ela estava determinada a renunciar a si mesma por amor a Noemi. Além disso, Rute reconheceu o Deus de Israel como o seu Deus pessoal a partir daquele momento. O amor e a lealdade que ela demonstrou ao agir assim, são radicais e emocionantes.

“Não insistas comigo que te deixe e não mais a acompanhe. Aonde fores irei, onde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus! Onde morreres morrerei, e ali serei sepultada. Que o Senhor me castigue com todo o rigor, se outra coisa que não a morte me separar de ti!” Quando Noemi viu que Rute estava de fato decidida a acompanhá-la, não insistiu mais. (Rt 1.16-18)

E você?
Você está pronta a não só dizer que Deus é o seu Deus, mas a viver esta verdade?
Está pronta a se dedicar aos outros como Rute?
Você coloca os interesses dos outros acima dos seus?
Está disposta a renunciar ao seu egoísmo, aos “meus direitos”, àquilo que seria mais conveniente e confortável, para abençoar os outros?
Suas atitude demonstram o mesmo amor, a mesma lealdade, a mesma devoção?

Rute, capítulo 2
Ao chegar em Israel, terra estrangeira, Rute logo se pôs a trabalhar. Tomou a iniciativa de dizer à sogra que iria recolher espigas no campo daquele que permitisse. E foi. Trabalhou o dia inteiro. Não deu espaço para a preguiça nem se acomodou. Era preciso fazer isso para que ela e sua sogra tivessem alimento. Rute foi proativa, dedicada, esforçada, preocupada com a sogra. Mostrou-se uma verdadeira serva.

Foi assim que ela conheceu Boaz: servindo. Veja bem, não estou dizendo que ela foi servir com a intenção de conhecer um homem para se casar. Quando Boaz apareceu na história, podemos aprender muito com as atitudes de Rute para com esse homem.

Boaz ficou sabendo da história de Rute e, é claro, ficou admirado. Ele tomou uma iniciativa bondosa de cuidado para com ela. Acolheu-a em sua plantação, dizendo que podia continuar recolhendo espigas lá e lhe ofereceu água e comida. Qual foi a reação de Rute?

Ela se inclinou e, prostrada rosto em terra, exclamou: “Por que achei favor a seus olhos, a ponto de o senhor se importar comigo, uma estrangeira? […] E disse ela: “Continue eu a ser bem acolhida, meu senhor! O senhor me deu ânimo e encorajou sua serva — e eu sequer sou como uma de suas servas!” (Rt 2.10-13)

Diferente de Rute, muitas meninas e mulheres colocam-se numa posição de autossuficiência, talvez influenciadas pela nossa cultura feminista, como se não precisassem de nada e ninguém. O que acontece quando um homem toma uma iniciativa parecida com a de Boaz para com uma mulher autossuficiente? Opção 1: ela fica brava e argumenta que não precisa do favor dele, que ela é forte o suficiente, que ela é independente. Opção 2: ela pensa que ele está dando em cima dela. Sabe o que isso revela? Orgulho.

Rute não era orgulhosa. Além de servir, ela também sabia receber com gratidão, respeito e humildade a iniciativa bondosa e sincera de Boaz.

E você?
Você toma a iniciativa de servir as pessoas ao seu redor, com alegria, como Rute fez com sua sogra? Ou você espera ser servida pelos outros?
Como você trata os rapazes ao seu redor, em especial os seus irmãos em Cristo? Você permite que eles demonstrem liderança e cuidado de maneira apropriada para com você?
Você responde com humildade, respeito e gratidão?
Você julga as intenções deles?
As suas atitudes os diminuem e reprimem ou os encorajam e apoiam?

Você pode ler os destaque e desafios que encontramos nos outros dois capítulos do livro de Rute aqui.
Pode ler sobre Boaz aqui e aqui.


Elisa Bentivegna da Silva é formada em jornalismo e também no Curso de Liderança e Discipulado (CLD) da Organização Palavra da Vida.  É autora de Rumo ao Altar: conselhos para noivas.

Artigo publicado originalmente em Jovem Crente. Material republicado com autorização.