A língua: como conter o fogo (Parte 1)

Mark Dutton

Tenho certeza de que todos nós poderíamos dar vários exemplos do incrível poder que a palavra escrita ou falada tem sobre nossa vida ou sobre a vida de outras pessoas, atuando de forma tanto positiva quanto negativa. Nações foram erguidas ou derrubadas em consequência de como determinadas pessoas usaram sua língua – quer com aquilo que falaram, mas que não deveriam ter falado, quer com aquilo que deveriam ter falado, mas nunca falaram. Vidas foram edificadas e vidas foram dilaceradas pela fala humana.

O poder da língua
Todos nós reconhecemos que em dado minuto a bondade pode fluir da nossa boca como um “rio de água doce”, mas alguns segundos depois somos capazes de alimentar um coletor de esgoto com palavras que podem devastar uma pessoa, ameaçar de destruição um relacionamento, estragar um casamento, trazer divisão na família ou causar danos sérios a uma igreja ou ministério. Acredito que seja por isso que o Espírito Santo inspirou Tiago para escrever as seguintes palavras:

Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo.  Ora, se pomos freio na boca dos cavalos, para nos obedecerem, também lhes dirigimos o corpo inteiro.  Observai, igualmente, os navios que, sendo tão grandes e batidos de rijos ventos, por um pequeníssimo leme são dirigidos para onde queira o impulso do timoneiro.  Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva!  Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno. Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano;  a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero.  Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.  De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. (Tg 3.1-10)

Alegro-me com o fato de Deus ter providenciado esse texto bíblico para nos alertar sobre o potencial da língua.

Princípio n. 1: Lembre-se de que a língua é como um barômetro espiritual
O primeiro princípio a destacar é a lembrança de que controlar a língua é um verdadeiro teste de minha espiritualidade. Preciso lembrar aquilo que Tiago escreveu no verso 1.26: “Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã”. Como um cirurgião competente, Tiago vai direto ao coração do problema do cristianismo genuíno.

Jesus fez algumas declarações muito diretas para nos desafiar nesta área: “Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12.33-34). Ele deixou claro que minha língua acaba por revelar o que está em meu coração. Em outras palavras, se ouvirmos uns aos outros por tempo suficiente, conheceremos o verdadeiro coração uns dos outros.

Posso pensar assim: minhas palavras são um espelho do meu homem interior. Isto é verdadeiro especialmente quando estou sob pressão, pois não é a pressão que faz de mim o que sou, mas ela revela quem eu sou e me mostra os aspectos nos quais eu preciso mudar e crescer. Tiago não está falando de perfeição nem dizendo que aqueles que ocasionalmente caem nesse pecado têm uma religião vã (todos nós precisamos crescer e mudar em muitos aspectos). Tiago está dizendo que se a minha língua é habitualmente desenfreada, embora a minha frequência à igreja seja perfeita, o meu estudo bíblico seja consistente, minhas orações sejam sinceras, minhas ofertas sejam generosas e fieis, e ainda que eu me considere alguém espiritual, tenho enganado a mim mesmo e preciso realmente mudar!

Preciso ser honesto e sondar a mim mesmo com algumas perguntas diretas:
· Como as outras pessoas avaliam a minha capacidade de controlar a língua?
· Se eu pudesse gravar e voltar a ouvir todas as palavras que falei durante o último mês, eu deixaria que a igreja as ouvisse na manhã de domingo?
· Falo demais ou uso palavras duras?
· Falo pelas costas de uma pessoa aquilo que eu nunca diria diretamente a ela?
· De que forma(s) ajo como se eu entendesse ser minha tarefa consertar o mundo?

Um dos fatores que devem me motivar e ajudar no controle da minha língua é aquilo que Jesus disse em Mateus 12.36: “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo”.

Você já teve alguma medida de sucesso em permitir que Deus controle sua língua? Quais princípios ou técnicas têm sido úteis para você?

Fonte: Faith Church Blog
Original: The tongue: how to discipline a fire (Part 1)
Tradução de Conexão Conselho Bíblico

Série em quatro posts. Posts relacionados:
Língua: Como conter o fogo (Parte 2)
Língua: Como conter o fogo (Parte 3)
Língua: Como conter o fogo (Parte 4)

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